Ser mulher: uma crítica sobre o sexismo biológico e a dominação masculina
Comunicação apresentada no I Simpósio de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas, em novembro de 2017, na cidade de Manaus/AM
por Luana Pantoja Medeiros
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Franklin Roosevelt Martins de Castro
Resumo
Ao iniciar sua crítica sobre a questão do lugar subalterno que a sociedade predominantemente masculina forjou para a mulher, Simone de Beauvoir desconstrói os mitos do que ela chamou de sexismo biológico, onde procura evidenciar e delinear, a partir dos dados da biologia, o que seriam fatos e mitos com relação ao corpo e ao ser mulher, em uma perspectiva forjada. O objetivo desta pesquisa de cunho bibliográfico, portanto, é tecer um diálogo entre as teses de Beavouir e Bourdieu em O Segundo Sexo (1967) e em Dominação Masculina (2007), onde fica evidentemente aparente o problema levantado pelos dois autores com relação ao corpo e ao sexo. A ideia de um destino pré determinado tentaria legitimar o discurso de má fé ao atribuir uma essência a mulher e criar um lugar definido, um destino que a determina e a fixa numa situação de não transcendência. Legitimar um destino fisiológico e psicológico para a mulher, segundo Bourdieu, é perder o senso da cosmologia sexualizada, que se enraíza em uma topologia sexual do corpo socializado, de seus movimentos e seus deslocamentos, imediatamente revertidos de significação social. A construção social que entende o ser mulher baseado em um princípio biológico, que determina uma única maneira de viver a feminilidade, ou em um corpo biologicamente feminino, nos faz cair em um equívoco, onde nega as inúmeras possibilidades de performances adotadas por pessoas do sexo feminino, que estão para além da biologia, e carregadas de significação política, cultural, identitária.
Palavras-Chave: Ser mulher; Sexismo biológico; Dominação masculina.
O texto completo da apresentação estará disponível assim que forem publicados os anais do evento
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