Política no Brasil: uma reflexão da atual conjuntura político-social
por João Batista Martins de Souza
postado em nov. 2017
Refletindo sobre o assunto política no Brasil me deparo com uma miscelânea de opiniões e posições que deixam evidente o quão despreparados politicamente nos encontramos.
Hoje em qualquer espaço de comunicação vemos batalhas ideológicas, discussões acaloradas entre militantes partidários, embates intelectualizados de emergentes no cenário político-social, enfim, o debate político tornou-se um hábito diário na sociedade, com grande difusão após as eleições presidenciais que teve como vitoriosa a Presidente Dilma, que assumiu seu segundo mandato frente ao Executivo Nacional.
Não obstante ao contexto político, temos a Operação Lava Jato que de forma avassaladora faz transbordar toda a sujeira até então escondida atrás de falsos discursos de ética e honestidade e também de negociatas de grandes empresários com políticos influentes e partidos com um único propósito, o enriquecimento ilícito as custas de uma sociedade politicamente ignorante e cega.
Questiono, mesmo com tanta indignação por que não conseguimos extirpar da vida pública, do cenário político, esses “representantes do povo” que por décadas vem usurpando o bem público e a dignidade da sociedade?
Mesmo hoje que as informações são transmitidas em velocidade e dimensão global, não encontramos respostas claras ao questionamento, muitas são as teorias encontradas nos diversos meios de comunicação, mas todas nos deixam com a mesma sensação de vazio, de incompreensão.
Eu tenho como tese a teoria de que somos ainda uma sociedade politicamente imatura, condicionada a se deixar fazer de massa de manobra, uma sociedade não de cidadãos de Estado, mas sim, de cidadãos de Governo e militantes partidários.
Se não bastasse a crise política, a falta de uma referência digna de confiança, temos ainda essa onda de desconstrução de tudo que antes era correto, seja na cultura, seja no comportamento e até mesmo na educação, essa desconstrução que ao meu ver deveria ser regrada, pautada no bom senso, vem sendo feita de tal modo que seria mais correto denominá-la de demolição ou mesmo de implosão tamanha é a repercussão e o impacto que vem sendo causado nas frentes adversárias ideologicamente e culturalmente.
Intolerância vem sendo cada vez mais uma prática cotidiana na atual conjuntura sociocultural, vemos correntes de desaprovação e repúdio quase que em todas as áreas, desde atitudes comportamentais indo ao extremo na defesa da proibição de entrada no pais de uma defensora da cultura “Queer”.
Judith Butler é agredida ao embarcar no aeroporto de Congonhas
Agressora chegou a empurrar a norte-americana com o cartaz feito de madeira e cartolina
Fonte: Catharina Obeid, O Estado de S.Paulo - 10 Novembro 2017.
Entendo que muito se deve a uma onda de liberalismo exagerado que desencadeia uma busca utópica por direitos, levando a sociedade a uma prática incomoda de inversão de valores, em especial nas esferas da segurança pública, onde as corporações de polícia militar sofrem um grande avacalhamento e religiosa, onde são afrontados pejorativamente ritos tradicionais e sagrados do universo cristão.
Podemos dizer que estamos caminhando para uma cruzada em busca da retomada das boas práticas e dos bons costumes, na visão das alas mais conservadoras e ou da liberdade plena, na ótica dos visionários de esquerda.
Em ambos os lados encontramos benefícios e malefícios à sociedade e cabe a nós enquanto sociedade identificar e trabalhar no sentido de que nossos representantes eleitos gerem de forma inteligente essa dicotomia do bem e do mal.
Vemos um Projeto de Lei que rege sobre identidade de gênero, caso aprovado, dará aos menores na faixa etária dos 10 aos 17anos a autonomia de decidirem se farão ou não cirurgias de alterações de sexo, mesmo sem o consentimento de seus responsáveis legais, esse imposição legal não poderá abrir espaço para praticantes de pedofilia induzir crianças a buscarem na justiça o seu direito de deixarem de serem virgens?
Outro ponto a ser observado com bastante cuidado é a nova estratégia dos Partidos políticos de mudarem de denominação, percebo nessa estratégia uma fórmula para amenizar o desgaste sofrido por todos os Partidos nos últimos anos.
Diante de crise política, partidos mudam de nome para atrair eleitores em 2018
Legendas tiram a palavra “partido” e adotam palavras como “Podemos”, “Avante” ou “Patriota”; cientistas políticos veem estratégia como jogada de marketing.
Fonte: Alessandra Modzeleski e Fernanda Calgaro, G1, Brasília 12/08/2017
Utilizando estrategicamente a mudança de denominação os Partidos Políticos procuram, mais uma vez, confundir o eleitor desatento, que passa a acreditar que essas novas denominações representam o reenquadramento ético dos Partidos, mas observando com critério vemos que muda-se a denominação, porem os filiados continuam os mesmos, como continua a mesma a essência intrínseca no núcleo partidário.
Enfim, nós como sociedade estamos muito a quem da postura ideal para construirmos uma verdadeira Nação, enquanto não nos conscientizarmos de que devemos assumir uma postura de cidadania de Estado, iremos nos sacrificar em nome de projetos fantasiosos e desprovidos de interesse coletivo, projetos sem vínculo com um pensamento de Brasil Nação.
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