Os profissionais da Equipe de Saúde da Família e o acolhimento ao idoso nas UBS's

            A equipe de saúde da família é composta por diversos profissionais da área da saúde que realizam atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS's). Sobre a atuação destes profissionais a Política Nacional de Atenção Básica estabelece 12 (doze) características fundamentais para o processo de trabalho destas equipes, que são:

I - Definição do território de atuação e de população sob responsabilidade das UBS e das equipes;

II - Programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhado de todos os profissionais e recomenda-se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias, dificultando o acesso dos usuários;

III - Desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco clínico-comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças e danos evitáveis;

IV - Realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidade de saúde e análise de vulnerabilidade, tendo em vista a responsabilidade da assistência resolutiva à demanda espontânea e o primeiro atendimento às urgências;

V - Prover atenção integral, contínua e organizada à população a descrita;

VI - Realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em locais do território (salões comunitários, escolas, creches, praças etc.) e em outros espaços que comportem a ação planejada;

VII - Desenvolver ações educativas que possam interferir no processo de saúde-doença da população, no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida pelos usuários;

VIII - Implementar diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão, tais como a participação coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomento à autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados na produção de saúde, o compromisso com a ambiência e com as condições de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a identificação das necessidades sociais e organização do serviço em função delas, entre outras;

IX - Participar do planejamento local de saúde, assim como do monitoramento e avaliação das ações na sua equipe, unidade e município, visando à readequação do processo de trabalho e do planejamento diante das necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas;

X - Desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e redes de apoio social voltados para o desenvolvimento de uma atenção integral;

XI - Apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social; e

XII - Realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde, que necessitam de cuidados com menor frequência e menor necessidade de recursos de saúde, e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domiciliar nos demais casos. (BRASIL, 2012, p.40)

            Dessa maneira, é papel dos profissionais da Equipe de Saúde da Família realizar atendimento de qualidade e humanizado a todos os usuários das unidades básicas de saúde, e aqui inclui-se também os idosos, como é estabelecida na PNAB, no tópico IV das características fundamentais para o seu processo de trabalho como foi citado acima.

            O processo e acolhimento visa organizar os serviços desenvolvidos nas unidades de saúde, buscando a readequação das UBS aos princípios dos SUS. Atualmente vivemos uma era tecnológica, onde os antigos métodos de escuta estão sendo deixados de lado para que a tecnologia moderna atue com mais objetividade, realizando dessa forma um processo de atendimento onde o usuário passa a ser visto como um ser ‘despersonalizado’.

A essência do ser humano e o respeito à sua individualidade e dignidade deve ser considerada direcionando-lhe o cuidado solidário da dor e do sofrimento, com competência técnica científica e humanidade. As ações direcionadas ao idoso devem estimular a inter-relação e o convívio social, respeito à individualidade, autonomia, independência, o fortalecimento dos laços familiares, numa perspectiva de [...] melhoria da qualidade de vida, o acesso aos direitos de cidadania e a efetiva participação social do idoso, assegurando o envelhecimento ativo e saudável. (MINAS GERAIS, 2006, p.51)

            Portanto, o processo de atendimento ao idoso visa melhorar o processo de acesso dos usuários a UBS, o desenvolvimento de um atendimento humanizado, e para isso é necessário que os profissionais utilizem de todo seu conhecimento para atender as demandas da população usuária, em especial a população idosa através de uma abordagem personalizada que enfoque a prevenção e detecção precoce dos agravos à saúde.

            A respeito das atribuições e responsabilidades dos profissionais que compõem a equipe de saúde da família na atenção primária o “Linha Guia de Saúde do idoso” destaca a importância da atuação do medico, enfermeiro, agente comunitário de saúde, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta, dentista, nutricionista, e demais profissionais, que ao compor a equipe multiprofissional desenvolvam serviços de qualidade que supram com as necessidades dos usuários, em especial os idosos. (MINAS GERAIS, 2006)

            Assim, dentre os profissionais que atuam na equipe de saúde da família daremos destaque ao trabalho desenvolvido pelo assistente social enquanto profissional da saúde.


Referências Bibliográficas

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção a saúde do idoso. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006.

 

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