Internet, uma Revolução Democrática
O desenvolvimento da internet tem alterado nossa concepção da democracia.
“Isso porque a Internet estimula todas as experiências que ultrapassam o limiar entre representantes e representados: deliberação ampliada, auto-organização, implementação de coletivos transnacionais, socialização do saber, desenvolvimento de competências críticas etc.” (CARDON, 2012, p. 01).
Desta forma, a internet deve constituir-se em objeto de estudo e pesquisa como instrumento ou alternativa da/para a democracia representativa pois está claro que, na era digital, a democracia vai mudar de aparência. Daí a necessidade de pensar e ao mesmo tempo questionar as possibilidades e limites do uso da internet no âmbito da democracia pós-moderna.
“A Internet não permite somente comunicar mais, melhor e mais rápido; ela alarga formidavelmente o espaço público e transforma a própria natureza da democracia” (CARDON, 2012, p. 01).
O que acontece com nosso espaço público quando uma tecnologia facilita uma aproximação estreita entre a conversa privada e a informação pública?
“A Internet amplia o espaço público. Ela escancara as portas de um universo antes inserido em um diálogo entre jornalistas engajados e profissionais da política” (CARDON, 2012, p. 05).
As informações compartilhadas nesse novo “espaço público” podem ser comentadas, criticadas, desacreditadas, transformadas por um grande número de pessoas anteriormente consideradas inaptas ou ignorantes.
“...se o espaço público se abre para a intervenção cada vez mais ativa dos indivíduos, é também porque as maneiras de ser se transformam... Essa abertura do espaço público aos indivíduos tem consequências de primeira importância. Introduz no mundo da informação e no mundo da política maneiras de estar junto, de interagir e de cooperar que permaneciam até então enclausuradas no espaço das sociabilidades privadas. Dessa forma, a Internet torna visível um conjunto de expectativas muito importante de ser decifrado” (CARDON, 2012, p. 06).
Texto adaptado de:
CARDON, Dominique. A democracia internet: promessas e limites. Tradução de Nina Vincent e Tiago Coutinho. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.