Filmes e Documentários sobre a Questão Racial
Raça e Rendenção (2019)
The Best of Enemies – Em 1971, uma escola de negros de Durham, Carolina do Norte, pega fogo. A cidade dominada por brancos e a Ku Klux Klan deve decidir se os alunos negros ficarão para trás ou serão integrados na escola de brancos. Os membros da comunidade negra liderados pela ativista de direitos civis Ann Atwater (Taraji P. Henson) confrontam a comunidade dos brancos liderados pelo chefe da KKK, C.P. Ellis (Sam Rockwell), dono de um posto de gasolina que só vende para brancos. Mas o confronto não é um confronto violento. Através de um método denominado de Charretes (uma espécie de debate onde a comunidade, através de algumas sessões, se dividem em grupos e subgrupos para expor suas opiniões e argumentos sobre um determinado tema e ao final os principais membros da charrete devem votar), a comunidade de Durham deve debater e discutir a questão e ao final deverão decidir ou não pela integração dos alunos negros. O filme é baseado em fatos reais.
Infiltrado na Klan (2018)
BlacKkKlansman
Em 1978, Ron Stallworth (John David Washington), um dos raríssimos policiais negros da corporação norte-americana dos anos 1970, conseguiu com sucesso se infiltrar na Ku Klux Klan e sabotá-la. Ele se comunica com os outros membros do grupo por meio de telefonemas e cartas, e quando precisava estar fisicamente presente envia um outro policial branco em seu lugar, Flip (Adam Driver). Depois de meses de investigação, Ron fica próximo do líder da seita, sendo responsável por sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas. Ron e Flip correram sérios riscos ao manipularem a KKK. O filme é baseado no livro autobiográfico Black Klansman, de Ron Stallworth.
King no Deserto (2018)
King in the Wilderness é um filme documentário da HBO que aborda os últimos anos de vida do Dr. Martin Luther King, Jr., 50 anos após seu assassinato em Memphis. O filme revela um líder em conflito que enfrentou ataques, críticas, de ambos os lados do espectro político e apesar de tudo, manteve sua crença inabalável na doutrina da não-violência como a única forma de obter êxito na luta pelos direitos civis. Desde a aprovação do Ato dos Direitos de Voto em 1965 até seu assassinato em 1968, King permaneceu comprometido com a não-violência o que gerou conflitos com o movimento Black Power que via sua não violência como fraqueza. Além disso, como consequência dessa doutrina, King teve que lidar com conflitos gerados por seus discursos anti-guerra do Vietnã, vistos como sinais de traição contra o presidente Lyndon B. Johnson. No filme várias pessoas ligadas à figura de Luther King revelam fatos dos seus últimos anos de luta como os protestos e as marchas históricas de Selma a Montgomery e fatos pessoais da vida de Luther King. O documentário apresenta imagens de arquivo, vídeo dos bastidores dos momentos privados do Dr. King, fotos de arquivo íntimas e conversas telefônicas gravadas pelo Presidente Johnson, que foi aliado e adversário na luta de King por direitos civis.
O Nascimento de uma Nação (2016)
The Birth of a Nation resgata uma história importante do passado dos EUA: a violenta rebelião de escravos de 1831, liderada por Nat Turner (Nate Parker), no Condado de Southampton, Virgínia. Turner se torna um escravo letrado e pregador, pois aprendeu a ler desde pequeno e que, religioso, dominava a oratória como ninguém – ele costumava pregar para os membros da própria comunidade. Usado pelo seu proprietário Samuel Turner (Armie Hammer) para acalmar os escravos rebeldes, ele então usa o poder da Bíblia para liderar um movimento em nome da liberdade de todos, por não suportar mais ver seu povo sofrendo nas mãos dos brancos, gerando a dura retaliação de seus donos. O que deflagra a rebelião de escravos é o estupro de duas escravas, uma, a mulher de Turner, Cherry (Aja Naomi King) e a mulher de seu melhor amigo, Esther (Gabrielle Union).
Estrelas Além do Tempo (2016)
Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures) é um filme que se passa no ambiente da Guerra Fria, na década de 1960, em que Estados Unidos e União Soviética disputam a supremacia na corrida espacial ao mesmo tempo em que a sociedade norte-americana lida com uma profunda cisão racial, entre brancos e negros. Tal situação é refletida também na NASA, onde um grupo de funcionárias negras é obrigada a trabalhar a parte. É lá que estão três matemáticas e grandes amigas: Katherine Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughn (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe). Além de lidar com o preconceito arraigado para que consigam ascender na hierarquia da NASA, elas se tornam fundamentais para o avanço tecnológico que permitiu a ida do primeiro americano ao espaço. Katherine fez os cálculos de reentrada da cápsula espacial levando o astronauta John Glenn, Dorothy era uma das únicas supervisoras negras da agência e Mary Jackson foi a primeira engenheira negra da Nasa. O filme é baseado no livro homônimo de Margot Lee Shetterly.
Loving (2016)
O filme retrata a história de amor e a luta de um casal interracial para ser reconhecido como família e viver no estado de origem, o Estado da Virgínia, criando seus filhos no campo. No ano de 1958 o casamento interracial é proibido em vários estados norte americanos, mas Richard Loving (Joel Edgerton) e Mildred (Ruth Negga) decidem viver seu amor. Eles se casam em Washington devido à proibição na sua terra natal, mas quando voltam para viver com a família são denunciados e presos. O argumento usado pelo juiz para justificar a prisão do casal é que “Deus separou os homens em raças e os colocou em continentes diferentes pra que não se misturassem”. O que chama a atenção é que o casal não se revolta, eles não lutam de maneira explícita, não fazem grandes discursos. Apenas desejam viver o seu amor. É só diante do atropelamento de um de seus filhos que Mildred resolve dar um basta e voltar para perto da sua família, quando o drama do casal chega a Suprema Corte Americana. Eles recebem a ajuda de dois advogados simpatizantes das lutas pelos direitos civis e finalmente obtém o reconhecimento de que o casamento é um direito natural e não podem ser impedidos de viver juntos no Estado da Virgínia.
12 Anos de Escravidão (2014)
12 Years a Slave retrata o drama de Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um negro livre que trabalha como violinista, que vive em paz ao lado da esposa e filhos em Nova York. Em 1841, após aceitar um trabalho que o leva a outra cidade, ele é sequestrado e acorrentado. Vendido como se fosse um escravo, Solomon precisa superar humilhações físicas e emocionais para sobreviver. Ao longo de doze anos, ele passa por dois senhores, William Ford (Benedict Cumberbatch) e Edwin Epps (Michael Fassbender), que, cada um à sua maneira, exploram seus serviços. Nesse período Solomon trabalhou como escravo em plantações no estado de Louisiana. No período que esteve com Ford, Solomon recebe um violino de presente, por ter conseguido construir uma hidrovia para o transporte de toras de forma rápida e econômica através de um pântano. Após passar pelas mãos de Ford, Solomon vai parar nas terras de Edwin Epps, um senhor brutal que trata seus escravos com mãos de ferro Vendido para Epps, um senhor brutal que trata seus escravos com mãos de ferro, vendido por causa de desavenças com a carpinteiro de Ford. Nas terras de Epps Solomon enfrenta novos desafios até ser libertado. O filme é uma adaptação da autobiografia homônima de 1853, de Solomon Northup.
Malcom X (1992)
O líder afro-americano Malcolm X (Denzel Washington) tem o pai assassinado pela Klu Klux Klan e sua mãe internada por insanidade. Preso aos 20 anos de idade, Malcolm se converte ao islamismo e passa a pregar seus ideais. O filme dramatiza eventos importantes da vida de Malcolm, desde sua presença no mundo do crime no Harlem, seu encarceramento, sua conversão ao Islã, seu casamento com Betty Shabazz (Angela Bassett), seu ministério como membro da Nação do Islã, sua peregrinação à cidade sagrada de Mecca até o seu assassinato em 21 de Fevereiro de 1965. Malcolm faz sua conversão religiosa ao islamismo como um discípulo messiânico de Elijah Mohammed (Al Freeman Jr.) e se torna um fervoroso orador do movimento.
Uma análise da representação de Malcom X através da produção cinematográfica de Spike Lee, foi realizada por Vladimir M. Rodrigues, na sua Dissertação de Mestrado: Malcom X: entre o texto escrito e o visual (2010, p. 119-169).
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