Fazendo Antropologia no Alto Solimões: diálogos interdisciplinares
APRESENTAÇÃO
Caros leitores,
Neste volume, mantivemos de forma mais ortodoxa, a proposta original do “Fazendo Antropologia no Alto Solimões” de uma coletânea de textos com caráter trans/inter/multi disciplinar, com a participação exclusivamente de colegas da instituição. Significa dizer que estudos, pesquisas, análises de colegas da Pedagogia, do Serviço Social, dos programas de pós-graduação da UFAM, mesclam-se aos textos de docentes do colegiado de Antropologia do INC/UFAM.
Convém salientar, que hoje, momentaneamente, não somos mais uma comissão oficial do curso de bacharelado em Antropologia do Instituto de Natureza e Cultura. Divergências intelectuais, obstáculos institucionais e as disputas tão características do contexto acadêmico, longe de frearem a continuidade do nosso projeto, acabaram por nos proporcionar a possibilidade de seguir com nossa proposta de forma autônoma e independente, no entanto, não estamos fechados aos colegas do curso que tenham interesse em participar de nosso projeto. Ao contrário, acreditamos que as diferenças de filiações teóricas, de ideias, e posturas políticas são fundamentais para a produção de conhecimento científico, contribuindo para sua ampliação e, também, inevitavelmente para o desenvolvimento das relações sociais e humanas.
Informamos que agora somos oficialmente uma Comissão de publicações do nosso famigerado Núcleo de Pesquisas e Baixos Estudos do Alto Solimões (NUBEASol), núcleo formado em 2011 durante um evento acadêmico e que ficou hibernando por algum tempo, para agora surgir com toda sua força. “Baixos estudos” representam aqui a característica da pesquisa inquieta que se embrenha por baixo das diversas instâncias de poder buscando identificar suas emergências e que não se deixa limitar, a não ser, pelos interesses, prioridades e propostas surgidas nas negociações de pesquisa entre os próprios sujeitos de pesquisa, nossos interlocutores.
Identificar e desconstruir processos e instâncias de poder, muitas vezes submersos nas relações e práticas cotidianas institucionalizadas, torna-se, cada vez mais, uma parte fundamental a constituir nossa prática investigativa. Nossa proposta continua livre e aberta a todas (os) as (os) pesquisadoras (es) que, desde a Amazônia, e de outros tantos cantos, se lançam ao desafio de construir conhecimento científico das margens para o centro da nação, invertendo o olhar que tradicionalmente produz, promove e divulga o saber produzido na academia.
Assim, vejamos... leiam e se deliciem com os escritos que seguem!
Os organizadores
Gilse Rodrigues
Michel Justamand
Tharcísio Santiago Cruz
SUMÁRIO
Prefácio
9
Apresentação
13
Autoridade antropológica e raça no Brasil
Adailton da Silva
17
Assistência social e inclusão educacional no Alto Solimões - AM
Claudia dos Santos Lima, Albergson Ferreira Nascimento
Alice de Lima Ramos, Anderson Barroso Ortega
Kirzan Rocha do Nascimento, Neicylane de Souza Batista
29
Ensaio sobre a produção de “excedentes de significado” nas narrativas bíblicas de Daniel Berg e Gunnar Vingren da Assembléia no Brasil
Cristian F. Martins
43
Um estudo sobre a territorialidade, transnacionalidade religiosa do povo escolhido de Deus na fronteira Brasil/Peru: pensando os Israelitas do Novo Pacto Universal
David Adan Teixeira Saénz
65
Narradores da cultura popular: um tema nas fronteiras das Ciências Sociais
Ismael da Silva Negreiros
83
Projeto “Oficinas de filosofia para crianças com uso de
filmes e documentários”
Josenildo Santos de Souza, Maria Auxiliadora dos Santos Coelho
Maria Francisca Nunes de Souza
101
Saberes e conhecimentos do outro no Alto Solimões/AM.
Respeitar é preciso!
Michel Justamand
117
Considerações da Teoria Crítica para abordagens crítico-dialéticas em Ciências Humanas e Sociais
Alexsandro de Melo Medeiros, Renan Albuquerque Rodrigues
131
Trabalho precário e trabalhadores brasileiros e peruanos na fronteira Brasil/Peru.
Tharcisio Santiago Cruz
147
Sobre os autores
161
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