Zizek: Ideologia e Cinema
Documentário apresentado pelo filósofo e psicanalista esloveno Slavoj Zizek, que usa trechos de diversos filmes para ilustrar seu monólogo. Utilizando cenários e roupas que fazem referências diretas aos filmes em questão, o filósofo aborda as muitas faces da ideologia.
O primeiro filme analisado no documentário é Eles Vivem (They Live, 1988). O filme conta a história de John “Nada”, um trabalhador sem teto na cidade de Los Angeles que um dia encontra uma caixa estranha cheia de óculos escuros. E para sua surpresa, ao usar o óculos, ele descobre que os óculos funcionam como uma espécie de “lente desocultadora” que permite ver a real mensagem por trás de propagandas e publicidades. Os óculos revelam a ideologia por trás de cada propaganda e publicidade. Revelam a ordem invisível que sustenta a nossa aparente liberdade. É o óculos da ideologia que fazem com que aquele que o use veja as coisas como elas realmente são.
O documentário analisa ainda filmes como: A Noviça Rebelde (The Sound of Music, 1965) e a questão da ideologia religiosa; Amor, Sublime Amor (West Side Story, 1961) e a ideologia por trás da ideia de que o homem é fruto do meio e das circunstâncias; Taxi Driver (1976) que aborda a relação entre fantasia e ideologia sob uma perspectiva psicanalítica. No documentário aparecem ainda filmes como: Rastros de Ódio (The Searchers, 1956); Tubarão (Jaws, 1975), Titanic (1997), Batman – O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, 2008) e ainda outros.
Todavia o documentário vai mais além do que apenas analisar produções cinematográficas. Zizek explora os conceitos de fetiche, mercadoria, ideologia, próprios da filosofia marxista, através de grandes marcas e produtos reconhecidos. Dedica um trecho razoável do documentário a analisar a ideologia stalinista, nazista, fascista discutindo questões como o racismo e antissemitismo. Além da questão ideológica por trás do consumismo e do sistema capitalista.
O documentário faz parte da programação da TV Escola
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O Jovem Karl Marx (2017)
Le jeune Karl Marx (em francês) se baseia na fase de juventude de Karl Marx (August Diehl), período no qual ele luta para expor sua ideologia, o seu casamento com Jenny von Westphalen (Vicky Krieps) e a sua amizade com Friedrich Engels (Stefan Konarske). Marx conhece Engels em 1844, em Paris. Filho de um industrialista, Engels investigou o nascimento da classe trabalhadora britânica e seu encontro com Marx marca a fase do desenvolvimento das ideias comunistas que culmina com a publicação, em 1848, do Manifesto do Partido Comunista. O filme retrata ainda a participação de Marx e Engels no Comitê da Liga dos Justos: uma organização clandestina que articula diversas associações operárias do qual Marx e Engels passam a ser um de seus organizadores e, por influência deles, se tornaria depois na Liga Comunista. Entre a censura, os tumultos e as repressões políticas, Marx e Engels lideram o movimento operário em meio a era moderna.
Os Anarquistas (2016)
Les Anarchistes (em francês) se passa na Paris de 1899, onde o militar Jean Albertini (Tahar Rahim) é escolhido para se infiltrar em um grupo de anarquistas que lutam contra a sociedade opressora e o duro mundo do trabalho fabril da época. Enquanto fornece relatórios, ele começa a simpatizar pelo grupo e vive uma relação amorosa com Judith Lorillard (Adèle Exarchopoulos). O filme explora muito pouco o conceito ideológico dos anarquistas – com algumas frases soltas retiradas da literatura clássica francesa, passando de Mikhail Bakunin a Victor Hugo – e se concentra em uma história de amor travestida de drama de época ou de suspense policial.
Adeus, Lênin (2003)
Apesar do título, Good Bye, Lenin! não se refere ao personagem histórico Lênin, mas é antes uma referência a queda do regime socialista na Alemanha com a queda do muro de Berlim. O filme usa como contexto, portanto, um período importante da história cultural da Alemanha com a queda do Muro de Berlim e a reunificação da RDA (República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental ou Alemanha Socialista) e a Alemanha Capitalista Ocidental. O filme se concentra na vida de uma família que vive na RDA. A matriarca da família, Christiane Kerner (Kathrin Sass), comunista ferrenha, enfarta e entra em coma ao ver o filho, Alexander (Daniel Brühl), nas ruas protestando contra o governo e misturado aos manifestantes em protesto contra o regime. Quando ela acorda oito meses depois, o Muro de Berlim foi derrubado, mas seu filho luta para fingir que nada mudou, como se a RDA ainda existisse. Alexander faz coisas inimagináveis, com a ajuda da irmã (Maria Simon), do genro, da namorada e de um amigo do trabalho (Florian Lukas), para esconder da mãe que o regime que ela tanto defendia acabou, temendo que o choque lhe seja fatal.
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