CHAMADOS DE ASSIS: espaços fantásticos do Rio mutante na obra machadiana

Tese aprovada na UnB, em 2016, e publicada pela Biblioteca da UnB e em livro pelo Instituto Memória, de Curitiba, PR, em 2018.

 

RESUMO

Propõe-se analisar os aspectos relacionados com os espaços fantásticos do Rio mutante na obra de Machado de Assis, com base em uma divisão do trabalho em duas partes: na primeira, analisa-se a representação machadiana dos espaços cariocas, com ênfase nos romances Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires. Na segunda parte, é proposta a teoria espírita ou neoespiritualista de abordagem do fantástico na literatura de Machado de Assis, baseada no chamado fenômeno da obsessão. Objetiva-se atrair a atenção dos teóricos e apreciadores da Literatura, independentemente de sua crença, para o rico material existente na Literatura neoespiritualista, espírita e no próprio Espiritismo, o qual serviu de mote ao Bruxo do Cosme Velho, segundo nosso entendimento, para a estruturação de parte de sua obra. A metodologia de estudo de casos foi utilizada nas análises propostas. Para tal finalidade, o referencial da Teoria Literária foi acrescido das obras de Allan Kardec, entre outras obras espiritualistas, e o corpus foi enriquecido dos romances Memórias póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, além de algumas crônicas, bem como de alguns contos, como A igreja do diabo; A cartomante; Entre santos e Um esqueleto, produzidos por Machado. Em seguida às considerações de alguns teóricos, como Bakhtin, Foucault, Todorov, Girard, Doyle e Kardec, entre outros, sobre o insólito e a hesitação de quem apenas conhece as “leis naturais”, foram propostas formas de definição do fantástico (item 3.3) e a análise da obsessão com base na identificação das características psicológicas e mediúnicas das personagens (item 3.4 e cap. 4). Os romances de Machado de Assis e os respectivos tópicos analisados para a identificação da hipótese da obsessão em seus protagonistas e outras personagens foram os seguintes: Memórias póstumas de Brás Cubas: o espaço da fascinação; Quincas Borba: o espaço da vampirização e da subjugação; e Dom Casmurro: o espaço da obsessão. Chegou-se às seguintes conclusões: já é imenso o espaço ocupado na cultura pela literatura dita mediúnica, em especial, no Brasil. Existe uma vertente da teoria literária voltada para a análise do sagrado literário baseado nas teorias de René Girard e de outros filósofos. Esta tese propõe a inclusão das teorias neoespiritualista e espírita, nas análises literárias, com base nas evidências apresentadas no corpus literário machadiano, bem como na comprovação do rico material espírita e neoespiritualista ainda a ser explorado em proveito da Teoria Literária, associada à análise do sagrado literário.

Palavras-chave: Espaços fantásticos. Mutante. Machado de Assis. Neoespiritualismo. Espiritismo. Sagrado literário.

 

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Sobre o Autor

Jorge Leite de Oliveira é

Consultor Legislativo aposentado da CLDF. Formação acadêmica: Bacharel em Direito (Advogado, OAB/DF 16922); grad. em Letras (UniCEUB); pós-grad. em Língua Portuguesa(CESAPE/DF) e em Literatura Brasileira (UnB); Mestre em Literatura e Doutor em Literatura pela UnB. Professor de Língua Portuguesa, Redação, Orientação de Monografia, Literatura e Pesquisas, no UniCEUB, de 1º set. 1988 a 1º jul. 2010. Palestrante, escritor, revisor e articulista espírita. Autor do Blog: <jojorgeleite.blogspot.com/>.

 

Autor dos livros:

1. Texto acadêmico: técnicas de redação e de pesquisa científica. 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.

2. Guia prático de leitura e escrita. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.

3. Chamados de Assis: espaços fantásticos do Rio mutante na obra machadiana. Curitiba, PR, 2018.

4. Da época de estudante de Letras: edição esgotada: Mirante: poesias. Brasília: Ed. do autor, 1984.

5. Texto técnico: guia de pesquisa e de redação. 3. ed. rev., ampl. e melhorada. Brasília: abcBSB, 2004 (também esgotada).

 

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