Aspectos Relevantes da Educação Ambiental
Neste tópico vamos abordar alguns aspectos relevantes que devem ser levados em consideração pela Educação Ambiental (EA) para obter resultados satisfatórios em sua prática, como por exemplo, considerar a relação entre o homem e a natureza, o enfrentamento da fragmentação do saber, o diálogo e a ideia de uma ética global, todas fundamentais para se pensar uma prática pedagógica voltada para a Educação Ambiental.
No que diz respeito à harmonia do homem e da mulher com o meio onde vivem faz-se necessário que haja uma tomada de consciência ambiental desde criança, mostrando aos seres humanos que sua vida na terra dependerá em muito de suas atitudes e comportamentos em relação ao meio em que vivem. Portanto:
g) Uma relação harmônica e ética do homem com o seu ambiente, tendo a conservação e melhoria das condições ambientais como tema, pode ser desenvolvida desde a infância até a fase adulta através da educação formal e informal (DIAS, 2004, p.216).
Hoje em dia é necessário pensar a atitude da humanidade em relação ao meio ambiente partindo do processo educativo, do currículo das escolas, da percepção de que o estudante também é sujeito da EA. Acredita-se que
O desafio está em repensar a educação em sua totalidade, enfrentando a fragmentação do conhecimento. Educar ambientalmente pressupõe investigar e refletir sobre as complexas relações socioambientais existentes e possíveis, à luz da realidade concreta e presente. Pressupõe, portanto, uma intervenção integradora exigindo dos próprios educadores uma postura dialógica, tanto entre seus pares, no exercício da interdisciplinaridade, como com os educandos e comunidade, no diálogo entre os diversos saberes (KINDEL; SILVA; SAMMARCO, 2009, p.29).
Os autores apresentam a necessidade dos professores dialogarem com seus pares e buscarem desenvolver atividades em conjunto, que relacione o tema meio ambiente com os mais variados conteúdos de suas disciplinas, respeitando e valorizando os saberes dos estudantes e da própria comunidade a qual a escola está localizada.
Nesse contexto, a política de Educação Ambiental, através de um processo continuado de formação de educadores, desencadeia proposta de ações, reorientando as práticas pedagógicas a partir da realidade local contextualizada (KINDEL; SILVA; SAMMARCO, 2009, p.30).
Essa política busca constantemente uma formação seja ela diretamente por meio de um programa de formação continuada como parte do sistema de ensino seja por iniciativa própria no intuito de melhorar a sua prática.
É importante considerar o saber que o educando tem e não aquele que o educador considera que ele deveria ter. Cabe aos educandos e ao educador, juntos, desvelarem os próprios níveis de compreensão da realidade. Portanto para organizar o currículo da escola, é importante ter a realidade local contextualizada pelos sujeitos (pesquisa participativa socioambiental); ter a dialogicidade como metodologia de construção das práticas (diálogo entre diferentes saberes); selecionar os conteúdos significativos, nas áreas do conhecimento, necessários para a compreensão e a transformação desta realidade (interdisciplinar) (KINDEL; SILVA; SAMMARCO, 2009, p.33).
E assim por meio do diálogo e socialização com seus pares os professores e professoras juntamente com seus educandos saberão definir melhor os processos de ensino, assim como o próprio currículo podendo por meio dessa dialogicidade contribuir para construir e reconstruir coletivamente tanto o conhecimento dos profissionais da educação como dos futuros professores e professoras.
Como se sabe todo processo de ensino e aprendizagem passa por uma dada realidade trazida pelo estudante e que deve ser respeitada e utilizada como meio para garantir a sua aprendizagem. E se tratando de um tema de tamanha relevância como o meio ambiente que todo ser humano necessita para garantir a sua sobrevivência no planeta, Kindel, Silva e Sammarco, enfatizam que
O trabalho com a questão ambiental deve estar voltado para a realidade de estudante e comunidades, como metodologia de construção social do conhecimento, emergindo em currículos articulados a essa realidade, com a participação das comunidades de forma coletiva, enfrentando e construindo alternativa às problemáticas socioambientais locais (2009, p.34).
É de convir com Kindel, Silva e Sammarco (2009), Reigota (2009 e 2010) e Dias (2002, 2004 e 2006) que o ensino de EA além de o professor e a professora valorizar os conhecimentos dos sujeitos é importante utilizá-los no cotidiano de sala de aula. Outra razão é enfatizada por Carvalho que,
a questão ambiental é, talvez, uma das esferas da vida social que hoje mais reúne esperança e aposta na possibilidade de mudanças tanto em termos coletivos-sociais e até planetários quanto em termos de estilo de vida e de transformação na vida pessoal (2004, p.69).
O desenvolvimento da prática pedagógica de EA na educação infantil ou em qualquer outro nível de ensino, as possibilidades dos sujeitos tomarem consciência de sua responsabilidade com o meio ambiente, serão bastante favoráveis, assim como de desenvolverem atitudes e comportamentos ecologicamente corretos podendo inclusive mudar a sua vida pessoal e consequentemente contribuir com as mudanças coletivas tanto locais quanto globais.
As preocupações mundiais hoje estão voltadas para os problemas ambientais, apontando os seres humanos como os responsáveis por essa insustentabilidade do planeta Terra e apresentam as necessidades do homem repensar suas atitudes e comportamentos predadores e de consumo exagerado. Dias enfatiza que para que essa realidade comece a mudar
O ser humano precisa modificar o quadro de insustentabilidade existente no planeta. Para tanto, será necessário descobrir um novo estilo de vida baseado em uma ética global, resgatar e criar novos valores e repensar e modificar os seus hábitos de consumo. Precisa-se viabilizar o desenvolvimento sustentável. A educação Ambiental é o instrumento principal para processar essas transformações (2002, p.68).
É necessário que cada um coloque a mão na massa e faça a sua parte para mudar esta realidade que pode levar a extinção da raça humana e de todas as formas de vida existente no planeta. Aliado a isso os conhecimentos desses aspectos históricos também tem contribuído para a formação da consciência ecológica e ambiental da humanidade.
Referências Bibliográficas
CARVALHO, Izabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2004.
DIAS, Genebaldo Freire. Atividades Interdisciplinares em EA. São Paulo: Global, 2006.
_____. Iniciação a temática ambiental. São Paulo: Gaia, 2002.
_____. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2004.
KINDEL, Eunice Aita Isaia; SILVA, Fabiano Weber da; SAMMARCO, Yanina Micaela (orgs.). Educação Ambiental: vários olhares e várias práticas. 3. ed. Porto Alegre: Mediação, 2009.
REIGOTA, Marcos. O que é educação ambiental. 2. ed. Revista e ampliada: São Paulo: Brasiliense, 2009 (Coleção primeiros passos).
____. Meio Ambiental e Representação social. São Paulo: Cortez, 2010 (Coleção questões da nossa época; v.12)
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Este texro é uma colaboração do Trabalho de Conclusão de Curso do então acadêmicos do curso de Pedagogia (UFAM/ICSEZ) Edilson da Costa Albardo defendido em 2011, sob o título: A prática pedagógica de educação ambiental no segundo período da educação infantil no município de Parintins.
Leia mais: https://www.portalconscienciapolitica.com.br/products/aspectos-relevantes-da-educa%c3%a7%c3%a3o-ambiental/
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