A questão do trabalho

por Ariovaldo Batista

postado em nov. 2018

            O evento da Era Capitalista trouxe uma distorção na questão do trabalho. Na natureza, trabalho é a atividade de “viver”, começa quando o ser-vivo nasce, e termina quando morre. Então, naturalmente, trabalho significa “viver”. A Era Capitalista trouxe o conceito de “trabalho em algum negócio”, remunerado ou não. Quando se fala em trabalho passou a se falar em “emprego”, isto é, alguma remuneração por algum trabalho específico. Então, é preciso distinguir esses conceitos do trabalho.

            Do ponto de vista físico ou científico, trabalho demanda consumo de energia, e se energia é consumida, ela também tem que ser produzida. Logo, todo Universo material que pelo menos podemos perceber (4,6%) é uma grande troca de energias, que é feita por algum sistema de Vida. Sem Vida o Universo seria a massa inerte que estaria no estágio de entropia infinita! É só imaginar o que seria isso. A redução da entropia demanda existência de energia à matéria, que se degradaria (para onde?) quando a mesma entropia aumenta! O pensamento gera uma confusão de conceitos!

            Não se trata de comentar esses conceitos, mas apenas o termo “trabalho” nas suas duas versões, “natural e capitalista”.

 

1 – TRABALHO PARA VIVER

            Esse é conceito do projeto do ser-vivo na Terra. Todo ser-vivo precisa trabalhar para viver, pouco importa a forma como isso é feito. Vamos dizer que cada espécie, tem sua forma específica de trabalhar para viver. Outra lei natural é que todo ser-vivo depende de outro ou outros para continuar vivo, então, a morte de um ser-vivo para garantir a vida de outro, É TRABALHO TAMBÉM DE VIVER. Claro que fugir para não morrer também é trabalho, assim TODO SER-VIVO PARA VIVER PRECISA TRABALHAR!

            É importante definir termos, como por exemplo, “simbiose”. É um termo criado na biologia com a seguinte definição: “A Simbiose é uma relação de cooperação que se estabelece entre organismos de espécies diferentes constituindo benefício mútuo. É uma definição particularizada que aqui no texto vamos dar um conceito mais genérico. Vamos dizer que simbiose é qualquer “associação” cujo efeito é “garantir a Vida”. Então, vamos admitir que a simbiose leva ao “sistema simbiótico”, e aí se pode entender que há simbiose entre seres-vivos, e entre estes e o próprio ambiente onde se encontra. Exemplo claro são “mutações” que simula o ser-vivo no ambiente em que vive, por exemplo, o mimetismo (semelhança entre espécies vivas) e camuflagem (semelhança entre ser-vivo e ambiente). Na realidade, o que se observa é uma “simbiose” de Vida, pouco importa se apenas entre seres-vivos ou entre estes e o próprio ambiente. ESTE É O CONCEITO OU DEFINIÇÃO DE SIMBIOSE admitido no texto, fugindo, portanto, das definições acadêmicas principalmente na biologia. É que não se encontrou outro termo melhor para o assunto.

            Então, a Vida na Terra é uma simbiose entre os seres-vivos e o ambiente que se cria para viver. Em outras palavras, UM DEPENDE DO OUTRO! Na prática é o que se observa. A nuvem para chover depende das algas do mar (produzem um gás que “aglomera” as partículas de vapor, em água – gotículas – que se precipitam na forma de chuva (é o que diz a ciência). A “doutrina darwiniana da seleção natural” comete um equívoco porque admite que o “ser-vivo” se “adapta ao ambiente”, e nessa adaptação (completamente aleatória, outro equívoco), as espécies se “auto-evoluem” (mais outro equívoco). Não se trata, contudo, de discutir Darwin, mas de entender o que seja a Vida, e o Trabalho para viver. A simbiose no fundo, é um “trabalho do ser-vivo” para se garantir como ser-vivo, essa é admitida de fato como a definição mais profunda da simbiose. A grande questão “científica” é entender que isso possa acontecer espontaneamente ou por acaso, como determina a doutrina evolucionista.

            Portanto, a Vida na Terra produz a existência do ser-vivo, E SEU AMBIENTE PARA VIVER. Até por isso parece ser difícil de encontrar “outras” vidas no Universo, pelo simples fato que é um “projeto terráqueo”, que pode não valer em outros astros ou planetas do Universo. Aliás, a Doutrina Espírita revela que há “outras formas de vida” aqui mesmo na Terra que constatamos de forma difícil e contraditória (os tais fantasmas, OVNIs etc.). Então, TRABALHO É EM ÚLTIMA ANÁLISE É A FORMA DE SE VIVER AQUI NA TERRA, é um “projeto terráqueo”, e se é projeto, não pode ser por acaso ou ocasional, como pretende a doutrina evolucionista lançada por Darwin. O que não podemos verificar ou constatar é se “os fantasmas” também precisam trabalhar para existir! Por isso a ciência (cientistas) ao invés de encará-los, prefere apenas “negá-los”, se não existem, não precisam da ciência! A religião na outra ponta, não precisa explicar, é apenas acreditar. Assim, sem juntar ciência com religião, e no contraponto a própria arte, fica difícil definir o que seja a Vida, religiosamente é um “mistério de Deus”, e cientificamente é um “enigma”. E estamos conversados, apenas que nos comentários não se pensa assim.

            A outra questão “natural do trabalho” se refere à lei da entropia. Da mesma forma como a “simbiose” criada na biologia, a entropia é um termo criado na Termodinâmica (acadêmico, portanto) que também pode, e tem, uma conceituação mais generalizada. Essa conceituação é a seguinte: Espontaneamente a matéria se degrada até o infinito, é essa conceituação que se admite no presente texto. Daí decorrem outros equívocos de se “generalizar”, o que é de fato particularizado.

            O que é Matéria? Tem exatamente o mesmo conceito de gravidade, temperatura ou eletricidade, as entendemos pelos seus efeitos, não pela suas essências. Toda matéria tem massa, mas o que é isso? Quando falamos “massa” de x kg, nos remetemos à questão do peso, que é efeito da “gravidade”. Portanto, massa é “algo imponderável” que percebemos exatamente pelo “peso”! Estamos placidamente motivados pelos dogmas de fé da ciência, que diz que a matemática explica tudo, e sequer explica toda a matéria que podemos perceber (4,6% da massa do Universo!). Exatamente como há apenas um ou dois séculos, estávamos todos convencidos de que se não assistir a missas todos os domingos, ou não confessar uma vez por ano a algum padre, IRÍAMOS PARA O INFERNO, que até hoje de fato não sabe o que é!

            Então, do ponto de vista biológico, trabalho significa atividade de viver, e do ponto de vista científico, significa “reduzir a entropia”, isto é, ARRUMAR A MATÉRIA, que só pode ser feito através de “organismos” mais evoluídos! De corolário sai que somente o ser-vivo pode “realizar trabalho”, a matéria inerte só pode “degradar” espontaneamente. E indo mais longe, A MATÉRIA SEQUER SE DEGRADA, O QUE DEGRADAM SÃO OS ORGANISMOS CONSTRUÍDOS DE MATÉRIA! A matéria sozinha não evolui para nada, e espontaneamente se reduz à massa de entropia infinita, é a lei da entropia. De sorte que o Universo Material que entendemos é a massa de matéria “elementar”, na sua condição de entropia infinita num estado estático e acabado, que não teria mais como se degradar pela lei. Para ser tornar o “universo que vemos e percebemos”, A MATÉRIA PRECISOU SER ARRUMADA, daí que se admite sem precisar provar, que A Vida é de certa forma uma “arrumação” de organismos construídos de matéria. E para se arrumar organismo, é preciso haver Vida, um ciclo como cachorro correr atrás do rabo.

            Outro conceito decorrente é que de fato, a ciência NÃO ESTUDA A MATÉRIA, ESTUDA APENAS OS ORGANISMO FEITOS DE MATÉRIA. O átomo é um conjunto de “organismos” que chamamos partículas. A física quântica é a percepção das partículas que formam o átomo, mas só podemos perceber “partículas” que são organismos que nossos instrumentos podem captar para nossos sentidos. A matéria é “imponderável”, o que podemos observar é o que podemos “captar”. O átomo é um conjunto de “partículas” que podemos captar, mais outra infinidade de partículas que de fato fazem o átomo ser “cheio” e não vazio. NÃO VÁCUO NO UNIVERSO DA MATÉRIA. A teoria quântica se situa no limiar da matéria que nos é perceptível (4,6%) e da outra que não percebemos (96,4%).

            Outra teoria é da relatividade, que ao invés de tratar do infinitamente pequeno, procura entender o infinitamente grande. Na realidade, trata de entender o “movimento” dos astros materiais que se movimentam no Universo. Mas estamos falando apenas dos 4,6% que somos capazes de perceber com o auxílio dos instrumentos que apuram nossos sentidos.

            O corolário é se entender o que seja o “ser-vivo”, que só podemos verificar na Terra (não temos recursos pelo menos ainda) para verificar em outros locais, mas poderíamos “presumir”. A ciência gasta fábulas de dólares para procurá-la por aí! Tudo no Universo é resultado do trabalho!

 

2 – O TRABALHO “CAPITALISTA”

            O trabalho “natural” é a atividade do ser-vivo para viver, e desse ponto de vista tem como finalidade espiritual, EVOLUIR COM O PRÓPRIO ESPÍRITO OU ALMA, que seria um paradigma das religiões, explicitada claramente na Doutrina Espírita. E isso através da matéria, que nem evolui e muito menos degrada, o que vemos de matéria são os organismos de matéria que podemos perceber (4,6% da massa do Universo). Matéria sozinha não evolui para nada, e espontaneamente se reduz à massa de entropia infinita, é a lei da entropia. O que percebemos de mudanças num ou noutro sentido no Universo, SÃO ORGANISMOS FEITOS DE MATÉRIA, estes sim podem evoluir, se degradar etc. E a mudança material em “organismos” é feita através de organismos, que evidentemente há que ser obra de alguma inteligência.

            E voltando à questão do homem na Terra, os organismos que melhor podemos entender e estudar, SÃO SEUS ARTEFATOS. São através dele que a inteligência do homem tem evoluído, LOGO, ORGANISMO TÊM COMO ORIGEM, ALGUMA FORMA DE INTELIGÊNCIA, muito clara no homem.

            A humanidade, que é objeto deste item, tem passado por alguns estágios de evolução, basicamente de sua inteligência (o corpo ou organismo material ainda é o mesmo do “homo-sapiens”!). A “expulsão” do paraíso bíblico foi na realidade a condição do “homo-sapiens” se tornar o “homem Adâmico” (claramente duas espécies de homens!), que teria de viver de suas próprias forças ou inteligência. Isso significou “trabalhar inteligentemente” para viver. O último estágio desse “homem Adâmico” que somos nós, é o estágio da Era Capitalista, começada no final do século XV. Há a ideia equivocada de que o capitalismo realmente originou essa nova fase humana, mas na realidade, foi o “retorno do homem” à cidade, condensando a população no “homem urbano”, que de fato iniciou a Era capitalista, e que de fato se identifica com o sistema de produção capitalista. E esse sistema de produção introduziu na humanidade, O TRABALHO ASSALARIADO OU REMUNERADO, pois a remuneração pode ser diferente do mero “salário”. E é sobre esse trabalho que vamos falar.

            Trata-se de uma forma de trabalho, também para garantir a Vida do homem, de forma diferente das demais espécies, fruto evidentemente da evolução intelectual do homem, a partir de Adão e Eva, ou do Homem Agrícola da ciência. Esse trabalho do homem no sistema capitalista que instituiu o “negócio” é de forma econômica A MÃO DE OBRA DO NEGÓCIO, seja ele é tanto uma fábrica, como um comércio ou um serviço. Em tese, negócio é toda atividade organizadamente sistêmica. Adam Smith e depois Karl Marx confundiram esse trabalho com o trabalho específico do “operário na fábrica”, até entendendo que os “demais trabalhadores”, inclusive os CEOs ou Executivos, são “trabalhos inúteis”, não produzem nada. São apenas conceitos, claramente equivocados, que não fazem parte dos comentários, exceto defini-los.

            O capitalismo surgiu para atender as “necessidades urbanas” da população humana que se comprimia nas cidades. Então, conceitualmente, o capitalismo identificado no “capital”, não era para se tornar “propriedade” do capitalista, mas tornou-se isso porque dependia da riqueza pessoal de alguém, e esse alguém era nada mais nada menos na época quando surgiu, do que o “senhor feudal” da Idade Média, e desfigurou totalmente o sistema, e de roldão, O TRABALHO DO HOMEM NO NEGÓCIO CAPITALISTA. Mas viu isso através da “exploração” do patrão sobre o peão, forma vesga de ver o fato, e conclui de forma pior ainda! Isso é o resumo da coisa, cujos detalhes melhores existem inúmeros tratados a respeito. Se o “patrão” também trabalha no mesmo negócio, É TRABALHADOR EXPLORANDO TRABALHADOR? O que o comunismo de fato fez foi exatamente isso, trabalhador explorando trabalhador!

            O capitalismo se evidencia por alguns parâmetros claros. É um capital monetário (surgido da riqueza de alguém), um trabalho executado por alguém (o trabalhador), que transforma insumos materiais (objeto de transformações), num produto que tanto pode ser uma mercadoria como um serviço, para atender UM MERCADO CONSUMIDOR, que entre outras, REPÕE O CAPITAL INICIAL, como conceito. É um verdadeiro moto-contínuo espiritual, evidentemente alimentado pelo trabalho de algum ser-vivo, o próprio homem! Sem uma circunstância “evolutiva”, o capital seria eternamente reposto e estático no “negócio” capitalista, onde o “dinheiro do capital” funcionaria como o “catalisador” de uma reação química. Esse é o conceito, que na prática se tornou algo diferente. O fundo de tudo estava exatamente no “trabalho” que no capitalismo seria a “mão de obra”, paga evidentemente com o capital, que depois retornaria como “venda” do resultado no mercado consumidor, ou a própria sociedade humana. O ciclo do negócio é “entrar dinheiro no início, e continuar entrando para garantir o próprio negócio”, é o mecanismo de “moto contínuo”, que não surge de acaso algum, é PRECISO DO TRABALHO HUMANO PARA ISSO!

            Então, o trabalho humano ou “mão de obra” do ponto de vista econômico, é a “grade força” ou energia que tornaria um negócio, UM MOTO CONTÍNUO que numa sociedade estática, SERIA ETERNAMENTE ESTAGNADO. Acontece que as sociedades onde de fato ocorre o negócio NÃO É ESTÁTICA, e tanto pode estar em ‘evolução como em degradação’. Isso representa uma adição de capital no caso de evolução, ou um consumo (degradação) de capital no segundo caso. Felizmente, seguindo a lei da “evolução do espírito”, a humanidade está sempre em “evolução”, e no caso, inclusive na questão do efetivo pessoal. No caso de “falência”, significa de fato TRABALHO PERDIDO! O capitalismo é essencialmente uma condição de “trabalho produtivo”, no sentido de que “para baixo”, todo santo ajuda, não se precisa de trabalho algum. A “natureza” se encarrega!

            Assim, a nação ou sociedade que fica estagnada, na realidade, “caminha para trás” em relação às demais que vão em frente. NÃO HÁ DEGRADAÇÃO NA SOCIEDADE DAS ESPÉCIES, na pior das hipóteses se acontece estagnação com elas, são apenas “estacionárias”, que é diferente de ser estagnada. Um exemplo claro são as colméias de abelhas. São SOCIEDADES URBANAS ALTAMENTE TECNOLÓGICAS, que se são exatamente como são desde que praticamente surgiram na Terra, são “estacionárias”, mas não estagnadas, todas são iguais! Um ser-vivo é algo que “nasce, vive e morre”, portanto, qualquer espécie desaparece quando os seres-vivos que a formam, ‘morrem’. Parece que o grande fator de existência de um ser-vivo é sua utilidade. Trabalho no final significa realizar alguma utilidade! E o melhor caminho para uma sociedade plena, É A FORMAÇÃO DE SUA CLASSE MÉDIA! Essa deveria ser uma última análise, a responsabilidade dos governantes, que em geral passa a quilômetros de distância, principalmente nas nações mais atrasadas! O fator básico da Classe é a “educação” (família) e a instrução (escola)! Alguma “evolução” nas colméias é exatamente produzida pelo “trabalho” inteligente do homem! Hoje temos “apicultura” como negócio!

            A essência do capitalismo é a existência de um capital (riqueza de alguém), mas sua existência de fato, depende do trabalho de seus “empregados”. A “grande dor de barriga” capitalista, que leva ao distúrbio digestivo que pode gerar a morte de uma sociedade ou nação (hoje as sociedades humanas são as nações) é sem sombra de dúvidas O DESEMPREGO. O desemprego interrompe o ciclo produtivo de riqueza, que no fundo são as necessidades humanas. Até por isso mesmo, a Classe Média de uma nação é nesta Era Capitalista, A FORMA DE GERAR RIQUEZAS, muito mais do que o fortalecimento de uma elite rica, que ao longo da humanidade, tem sido mais perdulária do que de fato “trabalhadora”. A classe média significa de fato o homem instruído, rico e trabalhador, trabalhando inteligentemente para sua própria sociedade! Não é o “neguinho da favela” que vive mal e até porcamente, poder comprar um radinho de pilha feito na China, como pregam governantes demagogos!

 

3 – O TRABALHO NÃO REMUNERADO

            Essa é uma excrescência social não causada pelo capitalismo e sequer encontrada nas demais espécies, MAS QUE O CAPITALISMO NÃO FOI CAPAZ DE SOLUCIONAR na humanidade. Em princípio, são dois, o trabalho escravo ainda existente, e o TRABALHO DA MULHER NO LAR (também do homem como “par”), inclusive, por gerar e formar praticamente a infância e até juventude do homem, e que “gera” a educação do ser-vivo. É deste trabalho que se vai falar. A escravatura é uma lesão social provocada pelo sistema de governo de cacique e seus pajés.

            A “mulher do lar” é responsável pela existência da humanidade, como a rainha das abelhas nas colméias. Nunca esse trabalho foi de fato reconhecido na humanidade, pelo menos desde a humanidade Adâmica, e a mulher “moderna” ousou o desprezar como se fosse “direito não ser do lar”. O guerreiro humano, ao contrário das operárias guerreiras de uma colmeia, sempre foi mais reconhecido do que quem responde de fato pela existência da humanidade. Hoje se chega ao cúmulo de se medir a capacidade financeira, pela “renda familiar”, onde a mulher do lar, NÃO TEM RENDA ALGUMA. Deu margem a outra excrescência dos “direitos feministas”, sem sequer descrever quais são os deveres equivalentes. E se chegou ao outro cúmulo dos direitos legais da mulher “lésbicas” serem iguais aos “direitos sem deveres” dos homens “gays” através da figura do matrimônio. Qual a finalidade final deste? O pano de fundo é de fato a inexistência do reconhecimento “monetário ou remunerado” do trabalho da mulher do lar, que de fato garante a existência da própria humanidade. Quanto vale o trabalho da mulher no lar, PARA EDUCAR E CRIAR OS FILHOS? Algum “economês” pode avaliar?

            Claro que, do ponto de vista econômico, é um “pepino”. Não é trabalho que se “pode medir e controlar”, pois teria que ser valorizado seu produto a ser “consumido” pela própria sociedade, que é de fato o “filhote” que amanhã será outro homem. Comprar filhos? Questão difícil, mas não impossível pois o que falta de fato aos legisladores, é a vontade sequer de encarar o problema. Suponha que a “mulher” do lar passe a ter uma “remuneração” por isso “através” de quem a represente num negócio qualquer, digamos o “marido”. De cara se geraria um emprego potencial tremendo. Até a Era Medieval, o responsável pela família era o “pai”, e apenas entre os escravos, criança era “mão de obra de trabalho”. O capitalismo não instituiu isso, mas foi incapaz de eliminá-lo, e transformou o trabalho da mulher do lar, e até das crianças, EM RENDA FAMILIAR, que a faz qualificada para se tornar digna de “empréstimos” principalmente bancários. Uma barbaridade humana da Era Capitalista, quase a continuidade da escravatura, em alguns, casos escravatura de fato!

            Uma solução seria o “trabalho remunerado” no negócio capitalista, levar em conta o ‘custo’ mais elevado do “chefe” de família, e logicamente isso ser reconhecido na legislação trabalhista como “salário adicional” ou pelo menos, não onerado em encargos impostos por governos. Quem legisla, contudo, conhece melhores alternativas, desde que seja levado a pensar no assunto. Isso demanda mais moral e ética dos governantes como ponto de partida, coisa que ainda está mais próximo das cortes dos Faraós, do que da administração das colméias de abelhas. E aí teríamos uma questão de custo, O CASADO CUSTA MAIS CARO, mas é de fato a forma como a humanidade se sustenta como espécie. A sociedade se obriga também a “pagar” por isso!

            Não é objetivo do texto propor ou formular leis, mas apontar problemas e pelo menos indicar o que se poderia ou se deveria fazer. Se a “mulher do lar” e a criança e jovem forem responsabilidade financeira do chefe de família no seu trabalho remunerado de qualquer negócio, de cara se eliminaria uma grande parte dos “desempregos”, que como se viu, é o fator preponderante das grandes crises principalmente financeiras na Era Capitalista. O homem deixou de ser um “escravo de um deus injusto”, mas passou a ser escravo do dinheiro, ainda tão injusto como. Do ponto de visita econômico, o problema é simples. A mão de obra que também “remunere” a mulher e o lar simplesmente seria um custo de produção, que o produto do negócio deve repor como parte da “do custo da mão de obra”. Coisa simples de entender, não tão simples saber como se faz, mormente numa sociedade viciada ainda pela pajelança de governos ainda da época dos Faraós ou até anterior. Do ponto de vista material e intelectual, o capitalismo deu de fato um impulso espetacular na humanidade, mas foi incapaz ainda de solucionar as mazelas sociais da pajelança de poder que ainda amarga uma moral e ética da época de nossos antepassados do Egito e de Moisés, tratando-se da civilização dita “Ocidental” já no século XXI!

            O capitalista é um “banqueiro” para o qual pouco interessa a moral e ética, isso deve parte do estadismo dos governantes. Um estadista precisa de 80% de moral e ética e apenas 20% de intelectualismo que de fato o orienta como “homem de negócios”!

            São alguns comentários que se julgaram bons de se expor.

 

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Sobre o autor

Ariovaldo Batista é formado em engenharia pelo ITA (1965) e em Administração (Santo André, 1972) e possui alguns cursos de pós graduação em administração pela USP (sem tese). Aposentado desde 1990, Ariovaldo é autor do livro (em pdf) Repensando o Universo em 4 volumes.

Contato: arioba06@hotmail.com

 

O livro Repensando o Universo está disponível para download em nosso site.

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Repensando o Universo