UMA QUESTÃO DE FÉ...

            Li no Quora esta frase dum de seus seguidores: “Fui ateu por muito tempo, porém não estava me sentindo bem com isso, e em uma tentativa frustrada de reerguer meu espírito, retornei à igreja. Porém o meu ceticismo me impede de crer, mesmo eu querendo muito, o que posso fazer para renovar minha fé?”

            Segundo o filósofo brasileiro Mário Sérgio Cortella, a fé é algo que ou se tem ou não. Faria parte de algo inato em cada um de nós. Entretanto, segundo Allan Kardec, "Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão [pleonasmo de reforço], em todas as épocas da Humanidade" (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. Ed. FEB). Então, sugiro-lhe estudar a Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, em sua obra básica: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese. Não deixe de estudar também os quatro evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João, além dos atos dos apóstolos e obras psicografadas por Chico Xavier. Recomendo a coleção A Vida No Mundo Espiritual, que começa com Nosso Lar e termina, na 16.ª obra, com E a vida continua.

            Após haver consolidado sua fé, não necessariamente com base no comportamento dos religiosos e doutrem e nem em frequência a igrejas, em geral, mas nos exemplos e ensinamentos de Jesus Cristo à luz do Espiritismo, que não nos cobra dízimos e outras práticas religiosas, a não ser a do desenvolvimento da moral elevada, podemos conversar novamente sobre a questão da fé verdadeira.

            Reforcei-lhe, por fim, a sugestão de pôr em prática esses conhecimentos, sem exigir doutrem sua prática, como nos recomenda o Mestre dos mestres, Jesus Cristo, ao se referir aos fariseus. Pois a máxima do Espiritismo não é fora do Espiritismo não há salvação, mas sim: "Fora da caridade não há salvação."

            Acrescento, agora, a importância de refletirmos, sobretudo, no contido no capítulo 23 de Mateus, cujas palavras de Jesus reproduzo em parte abaixo:

 23  Jesus disse então às multidões e aos seus discípulos: ²  “Os escribas e os fariseus se sentaram no lugar de Moisés. ³  Portanto, façam e cumpram tudo o que eles dizem a vocês, mas não ajam como eles, pois falam, mas não praticam o que dizem. ⁴  Amarram cargas pesadas e as põem nos ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos nem a movê-las com o dedo. ⁵  Fazem todas as suas obras para serem vistos pelos homens, pois ampliam as caixinhas com textos que usam como proteção e alongam as franjas das suas roupas. ⁶ Gostam do lugar mais destacado nos banquetes, dos primeiros assentos nas sinagogas, ⁷  dos cumprimentos nas praças públicas e de ser chamados rabi pelos homens. ⁸  Mas vocês não sejam chamados rabi, pois um só é o seu Mestre, e todos vocês são irmãos. ⁹  Não chamem a ninguém na Terra de Pai, pois um só é seu Pai Celeste. ¹⁰  Nem permitam que vocês sejam chamados de guias, pois um só é seu Guia, o Cristo.

            Também lendo o texto de Luiz Carlos Formiga, publicado no blog da amigo Bruno Tavares: https://blogdobrunotavares.wordpress.com/2020/06/05, sob o título Espiritismo, suicídio e arte, considero muito importante esta informação do Luiz:

O Espírito Albino Teixeira, por intermédio de Francisco Cândido Xavier, diz que “o espírita jamais se confia à desesperação, por mais agudo lhe seja o sofrimento; nunca perde a coragem, nos embaraços de que se vê defrontado, aguardando o melhor e fazendo o melhor que pode nas atividades do dia a dia. Ele, jamais permite venham dificuldades ou provações lhe solapar a alegria de viver ou lhe obscurecer o dom de servir. O espírita, enfim, é alguém ciente de que Deus está ao lado de todos, mas procura firmar-se, sentir, pensar e agir, incessantemente, ao lado de Deus.”

            Creio que, seguindo os parâmetros acima,  e sobretudo lendo a informação dum Espírito protetor, anotada por  Allan Kardec sobre a fé divina e a fé humana, no item 12 do capítulo 19, d’O Evangelho Segundo o Espiritismo, qualquer pessoa já estará a caminho das três virtudes que devem permanecer em nós, segundo Paulo, no final do capítulo 13, versículo 13 de sua primeira epístola aos Coríntios: “Agora, pois, permaneçam a fé, a esperança e a caridade, mas dessas três virtudes a maior é a caridade”. A fé, entretanto, como podemos ler na mensagem completa acima citada, é o caminho que leva à esperança e à caridade.

            Sigamos com o Cristo, alma amiga, sem outro Mestre que não seja ele, mas estudando seu Evangelho à luz do Espiritismo cristão, que é a expressão viva de sua Boa Nova nos tempos atuais. Assim, certamente, nossa fé será inabalável.

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