Tipos de Pesquisa quanto à abordagem

17/08/2024 10:14

              Quanto à abordagem as pesquisas se dividem em quantitativa, qualitativa e quanti-qualitativa.

          A pesquisa quantitativa parte do pressuposto de que é possível mensurar ou quantificar um determinado fenômeno, “o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las” (Prodanov; Freitas, 2013, p. 69). Uma outra principal característica além da mensuração é a objetividade. “A objetividade [...] trata da usual aplicação de modelos matemáticos e estatísticos para análise dos resultados experimentais, sejam eles obtidos por meio de um ensaio de laboratório, de um questionário ou entrevista que envolva variáveis quantificáveis” (Casarin; Casarin, 2012, p. 37).

Essa forma de abordagem é empregada em vários tipos de pesquisas, inclusive nas descritivas, principalmente quando buscam a relação causa-efeito entre os fenômenos e também pela facilidade de poder descrever a complexidade de determinada hipótese ou de um problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou das atitudes dos indivíduos (Prodanov; Freitas, 2013, p. 70).

            A pesquisa qualitativa, nas Ciências Sociais, “trabalha com o universo de significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus semelhantes” (Minayo, 2009, p. 21). A pesquisa qualitativa é difícil de ser traduzida em números e indicadores quantitativos pois trabalha com o mundo das relações humanas, de suas representações, significados e intencionalidades, aos quais é necessário sempre um processe hermenêutico-interpretativo por parte do pesquisador. Devido a complexidade histórica e social do objeto de pesquisa nas ciências sociais, não é incomum haver uma multiplicidade de opiniões acerca de um mesmo fenômeno em função da subjetividade presente nos resultados e análises dos dados, da forma como alguns fatos são interpretados, já que a diversidade de interpretações é uma consequência direta da subjetividade presente na pesquisa. Os instrumentos mais comuns para coleta de dados nesse tipo de pesquisa são: observação, entrevista, estudos de caso, grupos focais, etnografia. No caso da observação, esta pode ser não participante ou participante. Na observação não-participante, o investigador assume o papel de observador exterior, não tomando nenhuma iniciativa no contexto das situações que observa. Uma das desvantagens da técnica da observação em estudos qualitativos está relacionada com o fato de a validade dos resultados pode ser prejudicada pois o grupo observado tem conhecimento da existência de um observador. Este fato nos remete a seguinte questão: como testar a “fidelidade” de dados obtidos por meio da técnica de observação? Sobre a observação participante falaremos mais adiante ao tratar da pesquisa participante e da pesquisa ação.

Comparação entre pesquisa qualitativa x quantitativa (Prodanov; Freitas, 2013, p. 71)

            Quando a abordagem qualitativa procura trabalhar com dados estatísticos tem-se a intenção de representar em números uma determinada realidade social e, nesse caso, temos uma pesquisa de tipo quanti-qualitativa.