Oxum

09/09/2019 10:52

(Luana Medeiros)

 

Oxum tem o Mar dentro de si

As vezes escorre pelos olhos

Tempera o choro, salga o pranto

 

A tardinha

Mirada triste

Lembra distante

 

Que esteve perto d'aquele

Oceano profundo

Era sua morada

 

Oxum chora

Não teve promessa

Nem Pente de Vênus

 

Contos de terror

Teu canto

Qual a profundeza dessa dor?

 

Onde ela vive?

Onde ela mora?

Perfuma águas do rio doce

 

Princesa, mãe d'água, Iara, lindos aguapés

Enfeitam teus cabelos

Negros, lisos

 

Não teve presente

Espelho, perfume ou pente

Esse tempo é triste, e Oxum chora

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Sobre a Autora

Luana Pantoja Medeiros

é Graduada em Letras Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado do Amazonas-UEA. Pesquisadora nas áreas de Sociolinguística, Linguagem, Gênero e Relações de Poder, Poesia e Poética Feminista.

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