O pai “chato” que educa para a vida

05/01/2022 20:41

            Amigos leitores, a crônica de hoje foi adaptada do texto traduzido por Rodrigo Faustino, com data de 17 de dezembro de 2021, que li no Quora. Se o conteúdo me ajudar a ser melhor, certamente lhe será de grande utilidade.

          Segundo Faustino, um jovem estava insatisfeito em viver na casa paterna devido ao seu pai o irritar constantemente com observações como estas:

1. desligue o ventilador, se não vai usá-lo;

2. por que a TV está ligada onde não há ninguém;

3. feche a porta!

4. não gaste tanta água!

          E assim, dia a dia, o rapaz era admoestado pelo pai, quando se esquecia de desligar uma luz, se não arrumasse a própria cama etc. Até receber um convite para entrevista de emprego, quando viu nisso a oportunidade de sair de casa, caso fosse aprovado... Então, pensou: - Se eu conseguir esse emprego, sairei desta casa e nunca mais ouvirei reclamação do meu pai.

          Quando foi para a entrevista, o pai o aconselhou: - Mesmo que você não saiba a resposta, responda sem hesitar as perguntas que lhe forem feitas.

          Ao chegar ao local da entrevista, o filho percebeu que a porta estava aberta e resolveu encostá-la.

          Antes de entrar no escritório, viu lindas flores sendo encharcadas com a água da mangueira, pois o jardineiro deixara sua torneira aberta. Então, fechou a torneira e a água pôde correr para outras plantas que precisavam dela.

          Em seguida, entrou no escritório.

          Na recepção não havia ninguém, mas leu um anúncio ali que informava o primeiro andar como sendo o local da entrevista. Subiu as escadas e apagou a luz da sala, que percebeu estar acesa há muitas horas sem necessidade, após se lembrar do conselho do pai: “Apague a luz ao sair da sala.”

          Ao adentrar um grande salão, viu muitas pessoas sentadas, que esperavam sua vez de ser atendidas. Uma a uma foram sendo chamadas, enquanto o jovem imaginava se teria alguma chance de ser contratado. Até que chegou sua vez de ser entrevistado.

          Dirigiu-se para o corredor da entrevista um pouco nervoso e viu um pequeno tapete com a expressão: Bem-vindo! de cabeça para baixo. Endireitou o tapete e, ao ser recebido pelo entrevistador, apertou-lhe com firmeza a mão.

          O responsável pegou seus papéis e sem olhá-los perguntou-lhe: - Quando você pode começar a trabalhar?

          O jovem ainda pensou se aquela não seria uma pergunta capciosa ou se lhe estaria sendo oferecido o trabalho sem teste. Mas antes que respondesse, ouviu do seu futuro chefe: - Você passou em todos os testes. O que avaliamos são as atitudes do candidato, e você foi aprovado em todas elas. Queríamos ver o comportamento dos candidatos e, para isso, instalamos câmeras por onde todos passaram. Ninguém, antes de você encostou a porta, desligou a mangueira, endireitou o tapete de boas-vindas e apagou a luz ligada sem necessidade. Por isso, selecionamos você para o trabalho. Seja bem-vindo!

          Aquele rapaz que antes se incomodava com as regras disciplinares impostas por seu pai agora retornava feliz para casa. Ao chegar, abraçou seu pai e disse-lhe: - Obrigado, pai, por seus conselhos úteis para toda a vida!

          Naquele momento, deu-se conta de que tudo o que os pais desejam é o bem de seus filhos, um futuro brilhante para estes. Quando os filhos respeitam seus pais e acatam o que estes lhes dizem, quando aceitam suas repreensões, correções e orientações tornam-se melhores.

          Na idade de cinco ou seis anos, nossos pais são nossos professores. Aos vinte anos e mais, costumamos considerá-los vilões, mas por toda a vida eles são os guias que desejam o nosso bem. Por isso, reflitamos que é preciso amá-los sempre e honrá-los, mesmo se os consideramos equivocados e severos, para não nos lamentarmos quando não mais os tivermos conosco.

          Tratemos nossos pais sempre com respeito e com amor! E aprenderemos com eles a fazer o mesmo às outras pessoas.

          Feliz 2022!

 

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Sobre o Autor

Jorge Leite de Oliveira é

Consultor Legislativo aposentado da CLDF. Formação acadêmica: Bacharel em Direito (Advogado, OAB/DF 16922); grad. em Letras (UniCEUB); pós-grad. em Língua Portuguesa(CESAPE/DF) e em Literatura Brasileira (UnB); Mestre em Literatura e Doutor em Literatura pela UnB. Professor de Língua Portuguesa, Redação, Orientação de Monografia, Literatura e Pesquisas, no UniCEUB, de 1º set. 1988 a 1º jul. 2010. Palestrante, escritor, revisor e articulista espírita. Autor do Blog: <jojorgeleite.blogspot.com/>.

 

Autor dos livros:

1. Texto acadêmico: técnicas de redação e de pesquisa científica. 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.

2. Guia prático de leitura e escrita. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.

3. Chamados de Assis: espaços fantásticos do Rio mutante na obra machadiana. Curitiba, PR, 2018.

4. Da época de estudante de Letras: edição esgotada: Mirante: poesias. Brasília: Ed. do autor, 1984.

5. Texto técnico: guia de pesquisa e de redação. 3. ed. rev., ampl. e melhorada. Brasília: abcBSB, 2004 (também esgotada).

 

Contato:

jojorgeleite@gmail.com