(Luana Medeiros)
A que deves a pena
Por que algoz te tem rosto de anjo
Por que os quatro fonemas te soam feito
o próprio demônio atroz
Na terra que chegaste
Não há salvação
Porque nada te restou
Nem te valeste de teus encantos
Nem formosura, nem acalanto
Nem eloquência, nem teu calor, mulher
Nada foi mais forte que teu próprio infortúnio
Nem as noites quentes
Nem as noites ternas
Nem as serenas
Passada a tempestade
Desaguaste oceano em açude
Destroçaste, destruíste
Deves aceitar a lou-cura.
A Política e suas Interfaces → Arte e Política → Poesia e Política → Poesia → Infortúnio
Sobre a Autora
Luana Pantoja Medeiros
é Graduada em Letras Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado do Amazonas-UEA. Pesquisadora nas áreas de Sociolinguística, Linguagem, Gênero e Relações de Poder, Poesia e Poética Feminista.