(Luana Medeiros)
Gostarias de ser leve feito algodão?
Ser luz na escuridão
Ser anseio mais que seios
Ser abraços calorosos
Ser mais que mulher
O coração não seria uma pluma pesada
A vida não estaria confinada
Tu terias quem chamar
Fêmea desvalida
Um pranto, uma ferida
Sempre um canto
Um choro, um cravo no peito
Uma rosa cheia de espinhos
Que pecado, filha de Eva?
Que pecado? Por infinitas gerações
Nada alcançaste
Confinada,
Chora, fêmea
Pelo que desaguaste tão profundo mal?
Da costa do outro, tu era um pedaço de carne
Sangrou para nascer
Sangra para viver
Sangrará até morrer, fêmea
Rosa, Eva, Mulher
A Política e suas Interfaces → Arte e Política → Poesia e Política → Poética Feminista → FÊMEA
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Sobre a Autora
Luana Pantoja Medeiros
é Graduada em Letras Língua Portuguesa e Literaturas pela Universidade do Estado do Amazonas-UEA. Pesquisadora nas áreas de Sociolinguística, Linguagem, Gênero e Relações de Poder, Poesia e Poética Feminista.