Espiritualidade

 

por Alexsandro M. Medeiros

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postado em jan. 2019

            Desde a mais alta antiguidade que a ideia da existência de um princípio espiritual está presente no pensamento humano, seja através das religiões ou através dos mitos. Todas as civilizações são ricas em representações míticas e simbólicas de uma realidade espiritual. A mitologia egípcia, grega, nórdica, indígena. As religiões do ocidente e do oriente. Todas se definem, de alguma forma, em relação a ideia de que existe uma realidade espiritual embora essa realidade possa ser representada de forma bem diversificada de acordo com cada doutrina. Povos de várias culturas e de regiões bem distintas guardam em suas doutrinas algum tipo de conhecimento relativo a ideia de morte, imortalidade e espiritualidade.

            Por espiritualidade entendemos aqui qualquer maneira ou modo de relacionar-se com o sagrado, com o divino, com uma realidade extra material, através de orações, cultos, rituais ou sacrifícios. A espiritualidade se baseia na existência do espírito, entendido como uma substância imaterial e nesse sentido vamos encontrar diferentes tipos de representações espirituais da realidade. Vejamos algumas dessas representações.

 

Egito Antigo

            No Egito Antigo, o Livro dos Mortos contém as indicações que permitirão ao morto dirigir-se ao país das profundezas, onde receberá o julgamento no tribunal de Maat. Possui as fórmulas que despertarão a benevolência dos deuses, prevenindo-se contra a ação dos gênios maléficos. Antes de ser destinado ao inferno ou ao paraíso, o coração do morto, isto é, sua consciência, é pesado na balança dos deuses para aí ser julgado – a célebre cena pintada nos papiros funerários. Na presença de Thoth e Anúbis (Anúbis era filho de Osíris e Néftis, sendo que Osíris teve uma relação com Néftis pensando que era sua esposa Ísis: CORONA, 2016), o morto deve provar que não pecou contra os homens, nunca fez nada que pudesse desagradar os deuses... nem causou sofrimento a ninguém...

 

Enquanto num dos pratos é depositado o coração do falecido, no outro era colocada uma pluma de Maat, que era símbolo da lei, da justiça, da verdade. O nível da balança era examinado pelo deus Anúbis e um animal em forma de macaco, que se encontra acima da balança, avisa ao deus Thoth para registrar o resultado. Caso haja desequilíbrio entre o coração e a pluma de Maat, este coração - ou seja, todo o ser do falecido - é imediatamente devorado por uma criatura com corpo de leão e cabeça de crocodilo chamado de Am-mit (BOVO, 2008, p.16). Caso o coração se equilibre em peso com a pluma de Maat, o deus Thoth registra tal resultado e profere um discurso de reconhecimento da dignidade do morto (CORONA, 2016, p. 50).

 

O Tribunal de Osíris.

Disponível em: Guia de Referência. Acesso em: 30 dez. 2018

 

            A doutrina dos sacerdotes egípcios, cuidadosamente velada sob os mistérios de Ísis e de Osíris, abordam questões ligadas a alma, a imortalidade,  o segredo da sua vitalidade. Osíris, Ísis, Seth e Néftis, de acordo com a mitologia egípcia, eram filhos de Geb (deus da terra) e Nut (deusa do céu), da descendência do deus-sol Rá. “Osíris era irmão e marido de Ísis, enquanto Seth era irmão e marido de Néftis” (COUTO, 2008, p. 68 apud CORONA, 2016, p. 45). Foi Osíris quem se tornou rei do Egito, governando toda a Terra e deu início a civilização humana, ensinando todas as coisas, inclusive a reverência e o culto aos deuses. A crença na vida após a morte e na ressurreição do homem está baseada no mito do Osíris (para mais detalhes sobre o mito ver: BUDGE, 2004;  CORONA, 2016; COUTO, 2008).

 

Osíris passou a representar para os egípcios a ideia de um homem-deus, que viveu como um homem sofreu os sofrimentos humanos, morreu e ressuscitou, vivendo eternamente em seguida, no outro mundo. Por ter uma personalidade humana, os egípcios se identificaram facilmente com Osíris. Portanto, se Osíris viveu, morreu, passou por rituais de mumificação com palavras e atos mágicos e, por isso ressuscitou, então o egípcio poderia seguir o mesmo caminho (BUDGE, 1993, p.18 apud CORONA, 2016, p. 48).

 

            Debaixo da pompa dos espetáculos e da cerimônia pública do culto popular de Ísis e Osíris, ocultava-se o verdadeiro ensino dos pequenos e grandes mistérios que tinham como objetivo a ressurreição e a passagem para a vida eterna, através dos rituais funerários de mumificação. À medida que o adepto avançava em seus conhecimentos, descortinavam-se-lhe os véus dos mistérios.

 

Zoroastrismo

            O Zoroastrismo é uma antiga religião proveniente do mundo irânico e dos ensinamentos de Zaradušt: Zoroastro (em grego Ζωροάστρης) ou Zaratustra. Há pesquisadores que não acreditam na existência física de Zaratustra, mas para aqueles que aceitam a sua existência, ele teria vivido entre 1500-1200 a.C. (PEIXOTO, 2014, p. 234 – sobre a literatura zoroastristas, ver também a Tese de Doutorado de Peixoto, 2017).

            O Zoroastrismo tornou-se a religião oficial do império Persa durante a dinastia sassânida, no segundo século da nossa era ou era comum (EC). “Artaxes I, da casa de Sāsān, surgiu de forma meteórica e derrotou o rei parto Artabano V9 na batalha de Hormazǰān, em 224 EC, tomando para si o título de šāhānšāh, Rei dos Reis, e iniciando o período conhecido como “Sassânida” – da dinastia de Sāsān” (WIESEHÖFER, 1986, p. 371- 376 apud VIEIRA PINTO, 2018, p. 8). Com Sapor II (309 – 379 EC), filho de Sapor I e neto de Artaxes, o Zoroastrismo se tornou uma religião estatal.

            Fernandes (2016, p. 113-118) ressalta pelo menos três características que conhecemos de Zoroastro, a partir do relato dos gregos como Heródoto, Plutarco, Diógenes Laércio, a narrativa de Crisóstomo Dio Cocceiano: “(I) Profeta ou mago; (II) Astrólogo; (III) Filósofo” (id., ibidem, p. 113).

            O Zoroastrismo é baseado em um conjunto de textos variados e religiosos chamado Avesta, composto de hinos, que apresenta noções de salvação, recompensa, responsabilidade, expiação, julgamento. “Em termos comparativos, o Avesta está para o zoroastrismo assim como a Bíblia está para o cristianismo, o Corão para o islamismo e a Torá para o judaísmo” (VIEIRA PINTO, 2018, p. 10). Gashti (2017, p. 18) ressalta como está dividido o Avesta:

 

O Avesta está [dividido] em cinco partes. Seu núcleo religioso é uma coleção de canções ou hinos, os Gāthās, que se pensava ser as principais palavras de Zoroastro. Eles formam uma seção do meio da principal parte litúrgica do cânone, o Yasna, que contém o rito da preparação e do sacrifício de haoma. O Visp-rat é uma escritura litúrgica menor, contendo homenagens a vários líderes espirituais zoroastrianos. A Vendidad, ou Vidēvdāt, é a fonte principal da lei zoroastrista, tanto ritual como civil. Também dá conta da criação e do primeiro homem, Yima. Os Yashts são 21 hinos, ricos em mitos, sobre vários yazatas (anjos) e heróis antigos. O KhūrdaAvesta (ou Little Avesta) é um grupo de textos menores, hinos e orações para ocasiões específicas.

 

O Faravahar (ou Ferohar), um dos símbolos do Zoroastrismo, representa a alma humana antes do nascimento e depois da morte

Disponível em: Blog Indi(a)gestão. Acesso em: 30 dez. 2018

 

 

            Com base nos textos sagrados do Zoroastrismo, podemos identificar vários aspectos de sua doutrina. Após a morte, a alma vagueia durante três dias perseguida pela lembrança das boas e más ações, depois se dirige para um lugar onde será julgada segundo suas obras. Peixoto (2014, p. 234) apresenta outros aspectos do zoroastrismo, como sendo “uma religião onde o Bem e o Mal são representados por Ohrmazd (primeiro dos deuses e criador da ordem) e Ahriman (que se apresenta como responsável pela desordem do mundo)”. Foi de Ohrmazd que Zaradušt teria recebido uma visão e “acreditado ser o profeta escolhido para difundir uma nova ordem religiosa. O conjunto de escritos que fala dessas crenças denomina-se de Avesta, composto em sua maioria por hinos, os Gaθas, cujo assunto principal é a divindade criadora, Ohrmazd” (PEIXOTO, 2014, p. 234). O dualismo entre o Bem e o Mal é uma marca característica tanto da vida física quanto daquela que vem depois. Diversas passagens do Yasna, um dos textos sagrados da tradição zoroástrica,

 

demonstram a crença zoroástrica em uma recompensa eterna para os justos e uma correspondente punição eterna para os ímpios [...] a crença em um julgamento individual de cada ser humano baseado em suas atitudes durante a vida eram respectivamente uma prática corrente e uma esperança futura muito bem encadeadas dentro da religiosidade zoroástrica. Resumindo, as esperanças dos zoroástricos quanto ao porvir estavam estritamente ligadas a um forte senso de justiça e recompensa por uma vida dentro dos padrões de Ohrmazd (PEIXOTO, 2014, p. 235).

 

            A doutrina de Zaradušt enfatiza a necessidade da devoção, da honestidade, da veracidade, generosidade, justiça, moderação e de como se deve evitar o desvio, os vícios, o engano, a avareza ou a ganância, para que o bem possa triunfar sobre o mal.

 

Grécia Antiga

            Os gregos tiveram uma concepção que se modificou através dos tempos, crenças e filosofias. Na Ilíada de Homero, Aquiles se depara durante a noite com o fantasma do amigo Pátrocles e daí conclui que a vida continua sob uma forma imaterial. O Hades é a região dos mortos que reservava para as almas justas um recanto feliz, os Campos Elíseos, enquanto o Tártaro acolhia os ímpios e os malfeitores.

            A Ilíada é uma narrativa que descreve o cenário da Guerra de Tróia e, por isso, a menção a Hades e as divindades gregas não é tão presente na obra, diferente da Teogonia, de autoria de Hesíodo, que narra a gênese dos deuses.

Na Teogonia temos que Hades

 

é filho de Cronos e Réia. Irmão de Deméter, Hera, Héstia, Posídon e Zeus, foi, como seus irmãos, engolido por seu pai – à exceção de Zeus – e mais tarde vai lutar ao lado dos outros na guerra contra os Titãs. Na partilha do mundo, Hades fica com o mundo subterrâneo, e lá é que vai desempenhar as suas funções de deus dos mortos (BARBOSA, 2012, p. 146-147).

 

Hades & Cerberus in museum of Archeology in Crete

Disponível em: Wikimedia Commons. Acesso em: 30 dez. 2018.

 

 

            Hades é o deus dos mortos. Seu nome – Άδης – significa “o Invisível” (GRIMAL, 2000, p. 189; KURY, 2009, p. 198). Se Zeus recebeu na partilha do universo após a vitória sobre os Titãs o domínio do céu e Poseidon o domínio do mar, à Hades coube o domínio do mundo subterrâneo, que “era separado do mundo dos vivos pelos rios Aqueronte, Cócito, Piriflegêton (ou Flegêton) e Estige” (KURY, 2009, p. 198).

            Embora não houvessem rituais e cultos em sua homenagem – à exceção dos mistérios de Elêusis –, ou edifícios em sua honra, tinha um significado importante para os gregos, que consideravam a morte como um rito de passagem. Hades nunca recebeu um templo sagrado, ao contrário de Atenas, Apolo, Zeus, Poseidon.

            Todos estes fatos e muitos outros nos são conhecidos através da mitologia grega. Para Grimal (1987, p. 7): “Temos neles [nos mitos gregos] um imenso material, muito dificilmente definível, de origem e características bastante diferenciadas, que desempenhou e ainda desempenha – na história espiritual do mundo – um papel considerável”. Os mitos movimentam forças ou seres considerados superiores aos humanos, se apresentam como um sistema de explicação do mundo e implica consequências sobre todo o Universo (sobre os mitos gregos, veja mais em: Mitologia Grega).

            Mas não é só através dos mitos que os gregos antigos tinham profundas noções de espiritualidade. Filósofos como Pitágoras, Sócrates, Platão, são conhecidos por suas teorias filosóficas, místicas e até religiosas. Sócrates tinha de Deus uma concepção como uma “inteligência ordenadora” (REALE; ANTISERI, 2007, p. 98), como podemos interpretar a partir da leitura do Fédon de Platão e, também, a partir do testemunho de Xenofonte (em sua obra Memorabilia). Logos, Espírito, Intelecto e Pensamento são alguns termos utilizados pelos gregos para representar o princípio organizador de todo universo. Discípulo de Sócrates, Platão nos legou uma das mais belas histórias de todo o pensamento filosófico ocidental: A Alegoria da Caverna. Através desta alegoria o filósofo revela de forma magistral a compreensão que ele tem da realidade, dividida em dois mundos: o mundo sensível, imperfeito, mutável, corruptível; e o mundo das ideias, perfeito, eterno, imutável. Essa ideia revela o caráter profundamente espiritual do seu pensamento. A caverna é o nosso mundo visível. Por meio da filosofia e de um amplo esforço intelectual, o filósofo se liberta do mundo sensível e ascende ao mundo inteligível das ideias e contempla a verdadeira realidade e o Sumo Bem, a Beleza Absoluta, o Bem Absoluto (veja mais em: A Alegoria da Caverna).

 

Os druidas

            Os druidas eram sacerdotes pertencentes aos povos Celtas que viveram na região da Gália, onde hoje se encontram a Irlanda, o País de Gales e a Escócia. “Os druidas tinham uma estreita ligação com as árvores, inclusive o nome Druida, dru(u)ides, ou drufd na língua Irlandesa antiga, é associado à árvore do carvalho” (MARTINS, 2015, p. 99).

 

Na sociedade Celta, os druidas e os bardos eram considerados os responsáveis por serem guardiões dos mitos e das lendas ancestrais e por transmitirem, através da tradição oral, os conhecimentos e a memória da cultura de uma geração a outra. Os druidas eram descritos como filósofos, capazes de se comunicar com o divino e eram responsáveis pelos rituais, aponta a arqueóloga Miranda Green (1986) (MARTINS, 2015, p. 97).

 

Sacerdotes Druidas

Disponível em: Blog A Cabana da Feiticeira. Acesso em: 30 dez. 2018

 

            Os ensinamentos que chegaram até nós sobre os druidas são provenientes de escritores gregos e romanos. Dos historiadores gregos que escreveram sobre os Celtas temos: “Strabo (63 a.C. - 21 d.C.), Diodorus Siculus (escritos por volta de 60-30 a.C.). Acredita-se que os textos escritos por Strabo e Diodorus foram baseados nas obras perdidas do filósofo estóico Posidônio (50 a.C.)” (CUNLIFFE, 2010 apud MARTINS, 2015, p. 97).  Sendo que o “registro mais antigo sobre os druidas é de Júlio Cesar, escrito no ‘Das Guerras na Gália’” (BEZERRA, 2016, p. 92). Citando Estrabão (Geografia IV, 4), Olivieri (2006, p. 138-139) ressalta que, aos druidas também eram confiados “os julgamentos dos conflitos privados e públicos, de tal forma que eles arbitravam as guerras e separavam aqueles que estavam a ponto de se colocar em ordem de batalha. Eles também eram solicitados para as questões envolvendo assassinatos”. Os druidas “vão até as fronteiras dos inimigos, fazem as encantações rituais que equivalem a uma declaração de guerra” (MARKALE, 1985, p 43 apud OLIVIERI, 2006, p. 139)

            Os druidas acreditavam na imortalidade da alma, na reencarnação e ensinavam que a morte é uma viagem até uma ilha longínqua e misteriosa além dos mares. “Diodoro classifica os druidas como teólogos e filósofos e os associa a Pitágoras: ‘(...) a crença de Pitágoras prevalece entre eles, que as almas dos homens são imortais e que após um número de anos, elas começam uma nova vida, a alma entra em outro corpo’” (DIODORO, V, 28 apud OLIVIERI, 2007, p. 32 – grifo do autor).


Referências Bibliográficas

BARBOSA, Leandro Mendonça. Hades na Ilíada: a formatação da morte no épico homérico. Revista Trilhas da História, Três Lagoas, v. 2, n. 3, p.146-157, jul./dez., 2012. Acesso em: 30 dez. 2018.

BEZERRA, Karina Oliveira. Wicca, Druidismo e Asatrú: uma breve história. Anais do III Congresso Nordestino Ciências da Religião e Teologia: Devoções Religiosas e Pluralismo Cultural, Recife, 8 a 10 de setembro de 2016.

BOVO, Elisabetta (Org.). História das Religiões: Origem e desenvolvimento das religiões. Trad. Carlos Nougué. Madri: Ediciones Folio, 2008.

BUDGE, Ernest Alfred Thompson Wallis. As Ideias Egípcias sobre a Vida Futura. (Egyptian Religion: Egyptian Ideas of the Future Life, 1900).Trad. Vera Maria de Carvalho. São Paulo: Madras, 2004.

CORONA, George F. O mundo dos mortos no Antigo Egito: interpretação sociológica dos funerais egípcios em perspectiva durkheimiana. UNITAS – Revista Eletrônica de Teologia e Ciências das Religiões, Vitória-ES, v. 4, n 1, p. 43-56, jan./jun., 2016. Acesso em: 27 dez. 2018.

COUTO, Sérgio Pereira. Desvendando o Egito. São Paulo: Universo dos Livros, 2008.

CUNLIFFE, Barry. The druids. New York: Oxford University press, 2010.

FERNANDES, Edrisi. Zoroastro, o Grego: Zaratustra na percepção grega e helenística. In: CORNELLI, Gabriele; FIALHO, Maria do Céu; LEÃO, Delfim (coords.). Cosmópolis: mobilidades culturais às origens do pensamento antigo. Imprensa da Universidade de Coimbra; Annablume, 2016, p. 109-131.

GASHTI, Alice Menezes. A relevância de Zoroastro para as conceituações pós-hegemônicas da ordem mundial. Relatório final de pesquisa de Iniciação Científica. Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais – FAJS, Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), Brasília, 2017.

GREEN, Miranda. The gods of the Celts. USA: Gloucester, 1986.

GRIMAL, Pierre. Dicionário de Mitologia Grega e Romana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

____. A Mitologia Grega. Tradução de Carlos Nelson Coutinha. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.

KURY, Mário da Gama. Dicionário de Mitologia Grega e Romana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2009.

MARKALE, J. Le druidisme. Paris: Payot, 1985.

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PEIXOTO, Raul Vitor R. As interações entre religião e sociedade na tradição Avéstica e na literatura apocalíptica Judaica (um estudo comparado da temática do ordálio universal na Yasna 51 no Livro Etiópico de Enoch, 67). SÆculum – Revista de História, n. 30, p. 233-247, jan./jun. 2014. Acesso em: 28 dez. 2018.

____. As interações de uma tradição apocalíptica nas literaturas Zoroastristas e Judaica: um estudo comparado da temática do ordálio universal na Yasna capítulo 51, Grande Bundahishn capítulo 34 e Livro Etiópico de Enoch, capítulo 67. Tese (doutorado em História). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia: Filosofia Pagã Antiga. Tradução Ivo Storniolo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2007. vol. 1, cap. IV, p. 91-120.

VIEIRA PINTO, Otávio Luiz. Um conto tão antigo como o tempo. construção do passado e ideologia imperial na pérsia sassânida. Revista OPSIS, Catalão-GO, v. 18, n. 1, p. 05-20, jan./jun. 2018. Acesso em: 27 dez. 2018.

WIESEHÖFER, J. Ardašīr I. Encyclopaedia Iranica, Nova Iorque, v. II, n. 4, p. 371–376, 1986.

 

1) As famosas ruínas de Stonehenge, localizado em Salisbury (Inglaterra), é  um monumento da era neolítica datada de cerca de 5000 anos atrás que tem sido objeto de muito estudo e pesquisas há vários séculos e cuja construção tem sido associada aos druidas. Não se saber ao certo o propósito da construção de Stonehenge. Acredita-se que poderia funcionar como um templo ou local para fins religiosos, com rituais e sacrifícios de animais e seres humanos e cultos a deuses ou ainda como um observatório astronômico, para marcar os locais de nascente e poente de certos corpos celestes, como o sol e a lua.

 

2) Na cidade de Delfos foi erigido um templo, hoje em ruínas, para homenagear Apolo, o deus da adivinhação, da cura das doenças (e de sua propagação), da poesia e da música. “Inspirador dos adivinhos, seus oráculos, sempre obscuros e ambíguos, geralmente eram em versos; Apolo inspirava também os poetas, partilhando esta última função com as Musas [...] Seu culto em Delfos influenciou fortemente a formação do espírito grego” (KURY, 2009, p. 42). Dentre as previsões feitas pelo Oráculo, talvez a mais conhecida seja a de Sócrates. Foi em Delfos que a pítia, uma espécie de sacerdotisa do oráculo, disse para ele, que na época tinha uma média de 30 anos e ainda não era um filósofo famoso, que no mundo não havia ninguém mais sábio do que ele. A partir de então ele saiu em busca do significado desta assertiva e concluiu que a sua sabedoria estava na sua ignorância, pois enquanto muitas pessoas acreditavam saber o que na realidade nada sabiam, ele, Sócrates, tinha consciência da sua própria ignorância – só sei que nada sei. E era o que fazia dele um sábio.

 

3) em Atenas, a criação do Areópago (ou colina de Ares) está ligado ao deus Ares: o Areópago era um tribunal onde se julgavam crimes de natureza religiosa.

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